terça-feira, 14 de abril de 2015

A temida Histerrossalpingografia

Em meio aos exames mais complexos que tive que fazer, em virtude do quadro de dor e mal estar em que eu me encontrava, fui fazendo os demais exames típicos da FIV, quais sejam, a histerossalpingografia, histeroscopia e mapeamento para endometriose.
O primeiro deles que fiz, e o que mais me assustou, pelas inúmeras coisas HORROROSAS que eu já tinha lido a respeito aqui na net, foi a tal histeriossalpingografia (vamos combinar que até o nome já assusta, de cara!).
Como sou asmática, o preparo do exame foi ainda mais completo, com direito a antialérgico e tudo mais. Remédios para cólica e dor 24 horas antes do procedimento e laxante (dois comprimidos de lactopurga - ecaaaaaaa!), também fizeram parte do preparo.
Depois da minha noite de rainha (não saí mesmo do banheiro), a ansiedade era total (e o medo também). Afinal, ter um cateter enfiado nas trompas para condução de contraste e tudo isso a seco - nada de anestésico -, assustava mesmo.
Chegada a hora, Marido foi vetado de entrar na sala do exame. Mais pânico.
E foi tudo tão rápido, o médico era tão bacana, foi explicando o passo a passo do exame, e num piscar de olhos tudo tinha terminado.
Sim! Sofri muito mais de véspera. Podem acreditar.
Não sei se o fato de minhas trompas estarem normais, tornou o exame menos doloroso. Fato é que a dor existe, mas é suportável e rápida.
Mais uma etapa superada e passamos para o próximo exame.



Susto: Suspeita de Lúpus ou outra doença autoimune

No início de fevereiro, pouco depois da primeira ultrassonografia, comecei a sentir dores muito chatas nos braços, nos olhos, cefaleia constante e um cansaço infindável. Até subir a escada de casa, me exauria.
Muito trabalho no escritório, muita ansiedade, viagem marcada pra Colômbia no final do mês, e eu quase surtando com tanta coisa e sentindo-me fisicamente muito mal.
Fato é que tenho um enorme histórico familiar de lúpus e trombofilia. Tenho irmã, tia e prima que convivem há muitos anos com essa doença chata que é o lúpus.
E meu pai e essa mesma irmã têm trombofilia (meu pai tem a perna esquerda toda safenada, por conta de uma tromboangeíte obliterante e a minha sis tem SAF, Mutação do Gene da Protombina e Deficiência da Proteína S).
E os sintomas só pioravam e ansiedade aumentava, pois me era inaceitável estar doente, justo quando tomei uma das decisões mais importantes da minha vida.
Foi então que decidi, sucumbindo à pressão do marido, marcar uma reumatologista e fazer um extenso check up.
Gente...ela me pediu todos os exames possíveis e imagináveis e nada de melhoras, só dores e cansaço.
Todas as doenças auto-imunes estavam sob suspeita. Aquelas mais horríveis mesmo. E à medida que cada resultado ia saindo, era imensa a sensação de alívio.
Desmarquei a viagem, faltei duas semanas de trabalho, enfim, saí um pouco dos trilhos. 
Mas, por tabela, acabei descobrindo a tal da trombofilia.
Três exames apontaram a doença (que não pode ser considerada a causa das dores e cansaço, já que, no mais das vezes, é assintomática).
Tenho a mutação do gene da protombina (na forma heterozigótica), Mutação da enzima metilenotetrahidrofolato redutase (MTHFR) (homozigótica apenas para o gene C677T) e, por último, meu exame do POLIMORFISMO do PAI deu mutação para um dos alelos (polimorfismo 4G/5G).
Como a trombofilia é uma doença multigênica (diferentes mutações em genes distintos), o resultado dos meus exames demostrou que eu tinha três importantes alterações genéticas, que me predispõem a tromboses e alterações vasculares.
Com o passar dos dias, o mal-estar generalizado foi melhorando, sem que sua causa direta tenha sido diagnosticada.
Nessa altura, no final do mês passado, os exames estavam todos prontos e era hora de, finalmente, voltar ao Dr. Evangelista. 





quinta-feira, 9 de abril de 2015

Primeira US e Remedinhos

Retomando nossos passos para chegar até aqui, como disse, no princípio de janeiro voltamos ao Dr. Evangelista.
Saímos de lá com uma relação de vários exames a fazer e remédios a tomar.
Quanto aos exames, inicialmente, foram os seguintes:

a) US Abdominal no início da menstruação seguinte;
b) Mapeamento para endometriose (US profunda);
c) Histerossalpingografia;
d) Histeroscopia;
e) Exames Laboratoriais;

Esses aí para mim.

Para o marido, foram:

a) US testicular c doppler;
b) Avaliação com Urologista;
c) Exames Laboratoriais;


Os remédios, os quais ainda estou tomando, são: Vit E, Myo-Inositol (composto de Vits B), Coenzima Q 10, Vit C, Natele, Ácido Fólico, Melatonina. Os três primeiros manipulados e os demais na farmácia comum mesmo.

O marido ainda toma Vitergam Zinco.

E, depois daí,  começou a ansiedade pela descida da M.

E tão logo ela veio, chegou o dia do primeiro Ultrassom. Empolgação total. Coração a mil.

O médico começou o exame avisando, gentilmente, que por conta da minha idade, podia ser que eu nao tivesse mais tantos folículos/óvulos e tal... E lá fomos nós pro ovário esquerdo: quatro. E lá foi o médico justificar que era assim mesmo. Até que no ovário direito...ele começou contando...1,2,3...12! E foi visível a satisfação do médico ao término do exame.
Saímos felizes de lá. E rumamos para os próximos passos.




quarta-feira, 8 de abril de 2015

O Ínício


Em dezembro do ano passado, decidimos: Vamos ter um filho. Nosso!
O Fê sabia que esse era um desejo meu incontido, guardado no meu peito, cutucando minha paz e me assombrando a cada novo aniversario. Sim, o tempo está passando rápido demais, mas ainda dá tempo de ter meu bebê...eu vivia pensando.
E daí batia a dúvida: terei coragem e disposição para começar tudo de novo?
Só que dessa vez, a vontade veio com muita força. Eu só pensava nisso. Respirava essa ideia. Sonhava com um filho meu e do Fê. E eu chorei. Muito. Finalmente, eu sabia, com certeza. Era esse o vazio que eu não conseguia preencher nunca. Era essa a falta que me inquietava.
E o Fê havia topado! Ele ia embarcar junto comigo na maior aventura de nossas vidas...
E ele estava, sim, feliz. Radiante. Dois loucos, empolgados e mais apaixonados.
Mas para que vocês entendam, melhor retroceder um pouco e falar quem somos!
Ma e Fê.
Eu, 38 anos recém completados, advogada, mãe da Mel (uma lindíssima menina de 10 anos, fruto do meu primeiro casamento), louca por livros, filmes, músicas e viagens e tantas outras coisas que são a minha cara.
Ele, 53 anos, quase 54, empresário charmosérrimo, pai da Lilian, Fernando, Tiago e Patrycia, avô da Stellinha, um brasileiro apaixonado pela Europa, onde morou por quase 20 anos e onde adquiriu hábitos e costumes adoráveis.
Uma reunião de trabalho: a advogada e o empresário, negócios, conversas, interesses em comum e o nascer de uma paixão avassaladora. Foi rápido e intenso demais. Seis meses de namoro, fechei meu ap, peguei minha filha, minha calopsita, minha fiel escudeira e babá da Mel e lá estávamos de mala e cuia, morando todos juntos.
Isso foi há exatos quatro anos. E nosso amor só cresce.
E então, voltamos ao início do post: nosso bebê.
Bom dizer que falei em ter um filho com o Fê, nas nossas primeiras saídas (ele podia ter me internado ou corrido léguas de medo, afinal esse é o tipo de papo que assusta um cara nos primeiros encontros), e não...ele não saiu correndo, só me avisou que era... vasectomizado.
O tempo passou, e dois anos depois, a vontade apareceu com força. Queríamos um filho nosso. O que deveríamos fazer?
Primeira coisa, fomos tentar reverter a vasectomia, realizada, na época, há uns 4 anos. Fomos desenganados pelo irresponsável do médico que nos atendeu. Procuramos o mesmo que havia feito a cirurgia e ele disse que não havia mais a menor possibilidade ... mas depois soubemos que era sim, totalmente possível, o que rende matéria para um outro post, mais à frente.
Fomos então a uma Clínica referência aqui em Fortaleza e procuramos o médico, também mega referência, Dr. Evangelista Torquato.
Empolgação total na primeira consulta, mas sem muito aprofundamento. Soubemos, de cara, que nossa única opção era uma Fertilização in Vitro. E nos foram passados MUITOS, MUITOS exames.
Bateu um medo gigante. E comecei a pensar e pensar e acabamos adiando os exames...lembro de ter me assustado só com o nome de alguns deles (hoje já sou íntima de todos...inclusive, da assustadora histerossalpingografia! Rsrsr).
Fomos, então, racionais...racionais demais da conta. E decidimos que faríamos nossa festa de casamento e faríamos algumas viagens por aí!
Meu escritório (agora realmente meu), não era mais um projeto, estava prontinho e eram tantos planos, tantos objetivos de todas as ordens, tantas outras prioridades, que acabamos adiando (indefinidamente) nosso sonho mais doce...o de ter nosso filho.
Até que, passando por momento de total fragilidade e sem entender o que estava me acontecendo, reiniciei minha terapia e comecei a buscar entender aquela inquietude que não me deixava em paz.
Aprofundei muito as conversas com o Fê também. Passei a olhar com calma pra mim mesma. Ouvi mais meus silêncios e reli alguns diários antigos.
E comecei a achar as peças que faltavam no meu próprio quebra-cabeça. Veio, então, a resposta tão eloquente que eu buscava. Eu queria ser mãe de novo. Na verdade, eu queria ter um filho com o Fê.
E, entre lágrimas (lembro com tanta verdade desse momento!), o Fê me abraçou forte e disse que não retrocederíamos mais: teríamos o nosso bebê!
Fizemos um pacto de silêncio. Era esse o nosso segredo.
Voltamos, em janeiro desse ano, ao mesmo Dr. Evangelista. Nessa altura eu já havia lido TUDO e mais um pouco sobre a FIV, ficado íntima de uma dezenas de blogs sobre o assunto, conhecido a estória de tantas e tantas mulheres vivendo a dor da infertilidade, a busca desesperada para conseguir gerar seus filhos.
Fiquei absorvida por essa nova realidade. Meu pobre marido teve que me aguentar explicando detalhes minuciosos da indução da ovulação, das TECs, do congelamento dos embriões, da dieta correta para a produção de óvulos de melhor qualidade, enfim...

E sim... Tudo, realmente, começou para nós!