quarta-feira, 8 de abril de 2015

O Ínício


Em dezembro do ano passado, decidimos: Vamos ter um filho. Nosso!
O Fê sabia que esse era um desejo meu incontido, guardado no meu peito, cutucando minha paz e me assombrando a cada novo aniversario. Sim, o tempo está passando rápido demais, mas ainda dá tempo de ter meu bebê...eu vivia pensando.
E daí batia a dúvida: terei coragem e disposição para começar tudo de novo?
Só que dessa vez, a vontade veio com muita força. Eu só pensava nisso. Respirava essa ideia. Sonhava com um filho meu e do Fê. E eu chorei. Muito. Finalmente, eu sabia, com certeza. Era esse o vazio que eu não conseguia preencher nunca. Era essa a falta que me inquietava.
E o Fê havia topado! Ele ia embarcar junto comigo na maior aventura de nossas vidas...
E ele estava, sim, feliz. Radiante. Dois loucos, empolgados e mais apaixonados.
Mas para que vocês entendam, melhor retroceder um pouco e falar quem somos!
Ma e Fê.
Eu, 38 anos recém completados, advogada, mãe da Mel (uma lindíssima menina de 10 anos, fruto do meu primeiro casamento), louca por livros, filmes, músicas e viagens e tantas outras coisas que são a minha cara.
Ele, 53 anos, quase 54, empresário charmosérrimo, pai da Lilian, Fernando, Tiago e Patrycia, avô da Stellinha, um brasileiro apaixonado pela Europa, onde morou por quase 20 anos e onde adquiriu hábitos e costumes adoráveis.
Uma reunião de trabalho: a advogada e o empresário, negócios, conversas, interesses em comum e o nascer de uma paixão avassaladora. Foi rápido e intenso demais. Seis meses de namoro, fechei meu ap, peguei minha filha, minha calopsita, minha fiel escudeira e babá da Mel e lá estávamos de mala e cuia, morando todos juntos.
Isso foi há exatos quatro anos. E nosso amor só cresce.
E então, voltamos ao início do post: nosso bebê.
Bom dizer que falei em ter um filho com o Fê, nas nossas primeiras saídas (ele podia ter me internado ou corrido léguas de medo, afinal esse é o tipo de papo que assusta um cara nos primeiros encontros), e não...ele não saiu correndo, só me avisou que era... vasectomizado.
O tempo passou, e dois anos depois, a vontade apareceu com força. Queríamos um filho nosso. O que deveríamos fazer?
Primeira coisa, fomos tentar reverter a vasectomia, realizada, na época, há uns 4 anos. Fomos desenganados pelo irresponsável do médico que nos atendeu. Procuramos o mesmo que havia feito a cirurgia e ele disse que não havia mais a menor possibilidade ... mas depois soubemos que era sim, totalmente possível, o que rende matéria para um outro post, mais à frente.
Fomos então a uma Clínica referência aqui em Fortaleza e procuramos o médico, também mega referência, Dr. Evangelista Torquato.
Empolgação total na primeira consulta, mas sem muito aprofundamento. Soubemos, de cara, que nossa única opção era uma Fertilização in Vitro. E nos foram passados MUITOS, MUITOS exames.
Bateu um medo gigante. E comecei a pensar e pensar e acabamos adiando os exames...lembro de ter me assustado só com o nome de alguns deles (hoje já sou íntima de todos...inclusive, da assustadora histerossalpingografia! Rsrsr).
Fomos, então, racionais...racionais demais da conta. E decidimos que faríamos nossa festa de casamento e faríamos algumas viagens por aí!
Meu escritório (agora realmente meu), não era mais um projeto, estava prontinho e eram tantos planos, tantos objetivos de todas as ordens, tantas outras prioridades, que acabamos adiando (indefinidamente) nosso sonho mais doce...o de ter nosso filho.
Até que, passando por momento de total fragilidade e sem entender o que estava me acontecendo, reiniciei minha terapia e comecei a buscar entender aquela inquietude que não me deixava em paz.
Aprofundei muito as conversas com o Fê também. Passei a olhar com calma pra mim mesma. Ouvi mais meus silêncios e reli alguns diários antigos.
E comecei a achar as peças que faltavam no meu próprio quebra-cabeça. Veio, então, a resposta tão eloquente que eu buscava. Eu queria ser mãe de novo. Na verdade, eu queria ter um filho com o Fê.
E, entre lágrimas (lembro com tanta verdade desse momento!), o Fê me abraçou forte e disse que não retrocederíamos mais: teríamos o nosso bebê!
Fizemos um pacto de silêncio. Era esse o nosso segredo.
Voltamos, em janeiro desse ano, ao mesmo Dr. Evangelista. Nessa altura eu já havia lido TUDO e mais um pouco sobre a FIV, ficado íntima de uma dezenas de blogs sobre o assunto, conhecido a estória de tantas e tantas mulheres vivendo a dor da infertilidade, a busca desesperada para conseguir gerar seus filhos.
Fiquei absorvida por essa nova realidade. Meu pobre marido teve que me aguentar explicando detalhes minuciosos da indução da ovulação, das TECs, do congelamento dos embriões, da dieta correta para a produção de óvulos de melhor qualidade, enfim...

E sim... Tudo, realmente, começou para nós!

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